Necessito silencio, mas minha
alma grita.
No meio da estrada tinham várias
bifurcações e escolhi a que tinha mais pedras.
Fui recolhendo uma a uma, até
que o caminho ficou aberto, livre para que eu pudesse correr até a entrada do
destino.
Coitada de mim!
Pássaros que só
passam, carregam no bico pedregulhos que, soltados do alto, fazem grande estrago aqui
na terra. Eles não sabem o que fazem.
Inconscientemente, causam
transtornos na rota.
Mais tempo, mais lágrimas, mais lástimas, mais
arrependimentos, mais calos.
Feridas em processo de cura são novamente abertas
e cicatrizes se eternizam na pele.
Mas, andarilho que sou, pés
descalço e cabelos ao vento, sincronizo os passos que me levarão ao cume do
monte, da onde verei o mar,
em silêncio,