"Com o tempo aprendi a esquecer meus pesadelos. Já os meus sonhos... estes me acompanham mesmo acordada."

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Pedregulhos ao vento

Necessito silencio, mas minha alma grita.

No meio da estrada tinham várias bifurcações e escolhi a que tinha mais pedras. 
Fui recolhendo uma a uma, até que o caminho ficou aberto, livre para que eu pudesse correr até a entrada do destino.

Coitada de mim! 
Pássaros que só passam, carregam no bico pedregulhos que, soltados do alto, fazem grande estrago aqui na terra. Eles não sabem o que fazem.

Inconscientemente, causam transtornos na rota. 
Mais tempo, mais lágrimas, mais lástimas, mais arrependimentos, mais calos. 
Feridas em processo de cura são novamente abertas e cicatrizes se eternizam na pele.

Mas, andarilho que sou, pés descalço e cabelos ao vento, sincronizo os passos que me levarão ao cume do monte, da onde verei o mar, 
em silêncio, 
com a alma balançando ao sabor de calmas ondas.

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