"Com o tempo aprendi a esquecer meus pesadelos. Já os meus sonhos... estes me acompanham mesmo acordada."

terça-feira, 19 de março de 2013

Dia daqueles

Hoje é um daqueles dias em que eu facilmente pularia aqui do 15º andar não fosse o trabalho de cortar a rede de proteção.
Sentada há mais de 1h olhando para o chão, me sinto desmotivada, totalmente sozinha, sem qualquer amparo. O silêncio me sufoca, não há com quem falar, preciso abrir a boca, deixar a voz sair e as lágrimas escorrerem, mas o espelho não é capaz de me dar um retorno.
Cansada, mal consigo respirar, falta força.
Caí na mesmice de uma rotina desagradável, solitária, depressiva, silenciosa e ociosa. Os livros não são suficientemente companheiros e, em certo ponto, me causam enjoos.
Olho o reflexo e não vejo qualquer brilho, qualquer esboço de vida e vigor.
Foi o tempo em que eu sabia fazer os contornos.
Não comer, não sair, não reagir são atividades que se tornaram tão corriqueiras quanto olhar pela janela várias vezes ao dia e sentir um desapontamento, uma tristeza sem tamanho, recolho os olhos e sinto um suspiro interno.
O choro é de um sofrimento que nunca tinha experimentado, é sufocado, sem qualquer som e com muita água correndo.
A cada dia que passa os sintomas vão se agravando e eu não sei o que fazer, apenas sobrevivo.
Movimento é algo que só acontece dentro de estritamente necessário.
Sinto frio e um peso, que não é o do meu corpo, que tem pesado como uma pluma.
Nem dores mais sinto, nem vontades, nem pensamentos, nem vida.

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